ONG : valores anticapitalistas e administração capitalista

Pretendemos neste trabalho refletir sobre o que denominamos a “penetração e adoção do modelo administrativo no campo das organizações não governamentais”, que se postulam como alternativa ao capitalismo e ao mercado e se autoidentificam com a missão de incluir os desfavorecidos em áreas variadas de...

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Main Authors: Lovisolo, Hugo R., Abreu, Monique
Format: info:eu-repo/semantics/article
Language:spa
Published: Universidad Nacional de Quilmes 2012
Subjects:
Online Access:http://ridaa.unq.edu.ar/handle/20.500.11807/1557
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Summary:Pretendemos neste trabalho refletir sobre o que denominamos a “penetração e adoção do modelo administrativo no campo das organizações não governamentais”, que se postulam como alternativa ao capitalismo e ao mercado e se autoidentificam com a missão de incluir os desfavorecidos em áreas variadas de atividades e direitos: produção, saúde, educação, renda e outras. Desde Max Weber, a racionalidade da administração e da contabilidade capitalista foi conceituada como indicador privilegiado de seu desenvolvimento, além da acumulação de riquezas. O significativo seriam as formas de acumulação baseadas na racionalidade da “contabilidade capitalista”, sob o pano de fundo dos mecanismos competitivos de mercado. Administração racional e mercado formador de preços são os fundamentos e indicadores da existência e do desenvolvimento do capitalismo. A partir de um caso extremo, de uma ong que tem como principal objetivo a mudança cultural e política em relação à prostituição, mostraremos a penetração, quase que automática, da racionalidade capitalista sob a forma privilegiada de “plano de negócio”. O paradoxo que apontamos é que, em nome da luta contra o capitalismo e o mercado, mediante a criação de formas organizativas de produção e inclusão, a racionalidade capitalista estaria se expandindo por meio da incorporação de seus instrumentos de racionalidade.